TABAGISMO, CORAÇÃO E GRAVIDEZ

Fonte: Terra Brasil
Data: 19/08/2006

Fumar pode triplicar o risco de um ataque cardíaco e a exposição ao tabaco sob todas as suas formas (cigarros, cachimbos, cigarros de palha, tabaco para mascar, fumo passivo) faz mal ao coração, segundo um estudo publicado na edição de sábado revista médica The Lancet. Os fumantes correm um risco três vezes maior de sofrer um infarto do miocárdio em relação a pessoas que nunca fumaram. Este risco diminui depois que o indivíduo pára de fumar, de acordo com o estudo Interheart feito com mais de 27.000 pessoas de 52 países.

O risco de infarto depende do número de cigarros fumados diariamente: aumenta em 63% para as pessoas que fumam atualmente menos de dez cigarros por dia e se multiplica por 2,6 para aquelas que consomem de 10 a 19 cigarros diários, e por 4,6 para as que fumam 20 cigarros ou mais. Há uma "relação clara" entre o número de cigarros
fumados diariamente e o risco de infarto, ressaltam Salim Yusuf, Koon Teo (McMaster University, Ontário, Canadá) e seus colegas. Entre os "fumantes leves" (menos de dez cigarros por dia), o risco maior desaparece de três a cinco anos depois que o indivíduo deixa o cigarro. Mas para os "fumantes intensos", o risco residual (cerca de 20%) resiste por vinte anos após a pessoa parar de fumar.

Entre as pessoas que fumaram 20 cigarros ou mais por dia, o risco de infarto diminui rapidamente nos três primeiros anos depois de se largar o tabaco, e nos outros anos a redução se torna mais lenta. A exposição à fumaça de outras pessoas (fumo passivo) aumenta o risco de problemas cardíacos da mesma forma entre fumantes e nãofumantes: em 62% para as pessoas expostas ao fumo passivo por mais de 21 horas por semana. Fumar "beedies" ou "beedis", pequenos cigarros indianos contendo fumoderolo na folha de uma árvore da família do eucalipto, aumenta o risco de infarto quase da mesma forma que os cigarros comuns. Mascar tabaco pode até quadruplicar o risco de infarto. "Todas as formas consumo ou exposição ao tabaco são nocivas", resumiu o doutor Koon Teo.

Fumo e problemas na gravidez
Fonte: Olhar Direto
Data: 18/08/2006

Dia 29 de agosto é o dia nacional de combate ao fumo e a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, em todo o mundo, há mais de 1 bilhão de fumantes e que o fumo, devido aos seus malefícios, tem levado mais pessoas à morte do que outros vícios, como o álcool e outras drogas. Muitas pessoas não atentam para a falta de qualidade de seu modo de vida, mas esse pode ser um dos fatores responsáveis pela dificuldade que alguns casais encontram em engravidar. Segundo a Organização Mundial de Saúde, de 10% a 15% dos casais brasileiros têm problemas para conseguir engravidar.

Mundialmente, existem de 60 a 90 milhões de casais inférteis e uma das causas está associada ao fumo. A fumaça do cigarro provoca reações nos centros nervosos e, com isso, produz a degeneração das células cerebrais, além disso, a nicotina é um dos venenos mais ativos, por isso, com a nicotina aliada ao alcatrão levam o fumo a causar diversos outros males, entre eles o câncer. O tabagismo também pode levar à infertilidade, já que o fumo, nas mulheres, reduz
a probabilidade de gravidez. A nicotina e outras toxinas do cigarro influem na capacidade das células do ovário produzirem o estrogênio e as demais proteínas que modulam o desenvolvimento do óvulo. Nos homens, a nicotina reduz a produção de espermatozóides e para normalizar essa produção é necessário um período de pelo menos três meses sem fumar.

A dra. Silvana Chedid, diretora clínica da Chedid Grieco Medicina Reprodutiva esclarece que a gestante fumante transmite as substâncias tóxicas do cigarro pela placenta, sendo que a nicotina provoca aumento do batimento cardíaco do feto e a gestante tem maior chance de ter complicações na gravidez, ter uma gravidez tubária, de abortar, de ter filho prematuro, de baixo peso e menor estatura, com alterações neurológicas importante, além de aumentarem os riscos de morte do filho no período perinatal. A médica, especialista em reprodução humana, aponta ainda que os riscos da Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI) são maiores para os bebês de mulheres que fumam durante a gravidez e também aumentam os riscos de que seus bebês tenham má formação dos pulmões, asma e infecções respiratórias e complementa. “É importante lembrar, que no período de amamentação, as substâncias tóxicas também são transmitidas ao bebê pelo leite materno”.

A fumaça do cigarro tem a mistura de cerca de 5 mil elementos diferentes, formada por diversos componentes e, dentre eles, o monóxido de carbono. Apenas a fumaça do cigarro já pode causar retardamento no desenvolvimento fetal, além de causar problemas respiratórios em crianças de até 18 meses. Além disso, as crianças que convivem com pais fumantes têm maior risco de contrair infecções respiratórias, bronquiolites, asma, otites e infecções de garganta. Para mais informações sobre dificuldades e problemas na gravidez e infertilidade sugerimos como fonte dra. Silvana Chedid, membro das Sociedades Americana e Européia de Reprodução Humana e das Sociedades Brasileiras de Reprodução Humana e Reprodução Assistida, autora do livro "Infertilidade", onde discute os mitos e verdades sobre o problema.

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