Polícia apura omissão de professores em agressão a aluno gay


A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Santo Ângelo, na região noroeste do Rio Grande do Sul, investiga o caso de um estudante de 15 anos que foi agredido por um colega de aula supostamente por ser gay. De acordo com a delegada Elaine Maria da Silva, serão ouvidos nos próximos dias os professores que teriam presenciado a agressão.
Segundo relato do jovem, um colega o atingiu com socos e pontapés na saída do colégio, no dia 13 de março. Há apenas um mês na Escola Estadual Onofre Pires, ele disse que desde o início das aulas sofria ofensas verbais da turma e inclusive de professores. A delegada afirmou que o estudante confirmou que alguns educadores teriam presenciado às ameaçadas e não teriam feito nada para impedir. "Vamos ouvir os educadores e o menino agressor também. Em 30 dias devemos concluir o procedimento e encaminhar ao Ministério Público". Ela disse ainda que o agressor, que também tem 15 anos, pode ser punido com medidas socioeducativas.
O caso do estudante tomou repercussão na internet após o estudante agredido ter encaminhado um e-mail à Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) contando o drama. "Eu tenho medo que aconteça alguma coisa comigo, eu queria que alguém me ajudasse! Antes que eu virasse mais nas estatísticas de LGBT mortos, às vezes eu sinto que ninguém gosta de mim e que a única solução pra mim é me matar", escreveu no e-mail.
Após registrar o boletim de ocorrência, os pais do estudante decidiram transferi-lo para uma escola particular da cidade. O coordenador estadual do Comitê de Combate à Violência nas Escolas da Secretaria de Educação, Alejandro Jelvez, se reuniu com a equipe diretiva da escola Onofre Pires e ficou definido que os professores envolvidos com o caso serão ouvidos para apurar se foram negligentes com o caso. Ele disse ainda que a Secretaria de Educação vai promover palestras para os professores da escola sobre como lidar com a violência e sobre a homofobia. Jelves garantiu que o estudante agredido, assim como o agressor, receberão acompanhamento psicológico.
ABGLT faz campanha para incentivar alunos a denunciar homofobia
A ABGLT está divulgando uma campanha para incentivar os estudantes vítimas de homofobia nas escolas a denunciar as agressões. "Se você é um estudante LGBT e foi vítima de bullying homofóbico ou qualquer outro tipo de agressão física ou simbólica na escola, denuncie", diz o cartaz da campanha.

A entidade recomenda os estudantes que registrem um boletim de ocorrência em caso de agressão, liguem gratuitamente para o Disque 100, e ainda enviem a denúncia para presidencia@abglt.org.br, para que possa acompanhar os casos. Segundo a ABGLT, a campanha é motivada pelo aumento do número de casos de alunos vítimas de homofobia no ambiente escolar.[Fonte: Terra]



Nenhum comentário:

REALIZE UMA CAPACITAÇÃO, PALESTRA OU OFICINA SOBRE INDISCIPLINA, BULLYING E ATO INFRACIONAL:

Precisa de Ajuda?