Crianças com alergia a comida também sofrem bullying

Estudo de diversos institutos sobre alergia a alimentos aponta que um novo tipo de intimidação ocorre nas escolas: provocações contra crianças que possuem alergias a certas comidas. As informações são do site LiveScience.
A pesquisa, que entrevistou crianças de escolas dos Estados Unidos, mostra que 30% dos estudantes sofre com bullying por causa de sua alergia a algum tipo de comida. O mais comum meio de provocação são os xingamentos. Mas 40% das crianças que possuem alergia e sofrem preconceito, além de ofendidas verbalmente, veem alimentos serem jogados em sua direção.
82% dos casos ocorrem na escola, com 80% destes envolvendo crianças da mesma classe. Os 20% restantes envolvem professores e funcionários da escola sendo os praticantes do bullying. [Fonte: Terra]

Após suicídio, EUA endurecem combate ao bullying em escolas

Mitch Brouillard é pai de uma menina que diz ter sido violentada por uma das acusadas de provocar a morte de Phoebe Prince. Foto: The New York Times.

Reduzir Normal Aumentar Imprimir Não está claro o que nove alunos da South Hadley High School pretendiam conseguir ao sujeitar uma caloura a perseguições incansáveis, descritas por colegas e pelas autoridades. Certamente não o seu suicídio, e tampouco as múltiplas acusações criminais movidas contra diversos alunos dessa escola em Massachusetts.

O promotor apresentou na segunda-feira acusações contra nove adolescentes, alegando que suas agressões verbais e ameaças físicas excediam quaisquer limites e haviam conduzido a caloura em questão, Phoebe Prince, a cometer suicídio por enforcamento, em janeiro.

As acusações são uma resposta judicial incomumente severa ao problema da intimidação adolescente, cada vez mais conduzida não só na escola mas pela mídia computadorizada, e que vem despertando a preocupação de pais, educadores e legisladores.

A indignação gerada pelos suicídios de Prince, 15 anos, e de um menino de 11 anos sujeito a intimidação na vizinha Springfield, em 2009, levou o Legislativo de Massachusetts a acelerar o trabalho em uma lei de combate à intimidação, que está perto de ser aprovada. A lei requereria que funcionários de escolas reportassem incidentes suspeitos e que os diretores os investigassem. Também exigiria que as escolas alertassem os alunos sobre os perigos da intimidação. Nos Estados Unidos, 41 Estados têm leis contra a intimidação em vigor.

No caso de Prince, dois rapazes e quatro garotas com idades de 16 a 18 anos enfrentam diferentes combinações de acusações criminais que incluem sexo com menor, violação de direitos civis seguida por lesão corporal, intimidação, perseguição e interferência em atividade escolar. Três outras meninas, mais jovens, foram acusadas junto à Justiça de menores, informou Elizabeth Scheibel, promotora estadual de Massachusetts, em uma entrevista coletiva em Northampton.

Falando em companhia de policiais locais e estaduais, na segunda, Scheibel disse que o suicídio de Prince surgiu depois de quase três meses de severa intimidação e ameaças físicas por um grupo de colegas de escola. "A investigação revelou atividades incansáveis dirigidas contra Phoebe, para tornar impossível que ela continuasse na escola", disse Scheibel. A conduta dos acusados, afirmou, "excedeu em muito os limites dos desentendimentos normais no relacionamento entre adolescentes".

Particularmente preocupante, disse Scheibel, era o fato de que dirigentes, professores e funcionários da escola estivessem cientes do problema mas não tenham impedido os ataques. "As ações e inações de alguns dos adultos da escola são problemáticas", disse Scheibel, mas não representam violação de quaisquer leis.

Christine Swelko, vice-supervisora do distrito escolar de South Hadley, disse que os dirigentes da escola planejam se reunir com a promotoria nesta semana ou na próxima. "As provas serão revisadas, especialmente informações novas de que os promotores dispõem mas não foram reveladas na investigação promovida pela escola", afirmou Swelko em comunicado.

"Quando dispusermos dessas informações, poderemos fazer uma declaração mais abrangente e possivelmente tomar outras medidas contra alunos que ainda frequentam a South Hadley High School", acrescentou.

A família de Prince havia se transferido recentemente aos Estados Unidos, vinda de uma pequena cidade na Irlanda, e ela começou a estudar em South Hadley no final do ano passado. A intimidação surgiu depois que a nova aluna teve um breve relacionamento com um rapaz mais velho, popular na escola; alguns alunos a teriam chamado de "vadia irlandesa", derrubado seus livros e enviado mensagens de texto ameaçadoras a ela, dia após dia.

A escola tem cerca de 700 alunos, e a maioria dos estudantes e professores se recusou a comentar o caso, na segunda-feira. Alunos esperavam por seus pais sob a chuva forte, e uma equipe esportiva passou correndo; um de seus integrantes gritou "vão embora", aos repórteres que esperavam por entrevistas.

Ashlee Dunn, 16 anos, aluna de segundo ano, disse que não conhecia Prince pessoalmente mas que havia ouvido fofocas sobre ela nos corredores. "Ela era nova na escola, vinha de outro país, e não conhecia a escola muito bem", disse Dunn. "Acho que por isso a escolheram".

Em 14 de janeiro, constatou a investigação, alunos da escola a agrediram verbalmente na biblioteca, no refeitório e nos corredores, e uma lata de refrigerante foi arremessada contra ela quando Phoebe estava a caminho de casa. Sua irmã a encontrou morta, ainda de uniforme, enforcada na escadaria de sua casa, às 16h30min.

Alguns dos alunos usaram a Internet para conspirar contra Prince, por meio de sites de redes sociais. Mas os principais abusos aconteceram na escola, segundo a promotora. "As ações desses alunos aconteceram primariamente no terreno da escola, durante o horário de aulas e em meio a atividades escolares", disse Scheibel.
A promotora se recusou a fornecer detalhes sobre as acusações de estupro, movidas contra os dois rapazes, mas especialistas afirmam que elas podem se dever a terem feito sexo com Prince, que era menor de idade.

Especialistas em assuntos jurídicos afirmaram não conhecer outros casos em que alunos tenham sido submetidos a acusações criminais sérias por intimidação contra um colega, mas acrescentaram que as circunstâncias do caso parecem ser extremas, e que as acusações contra menores de idade em geral são mantidas em sigilo. Tradução: Paulo Migliacci. [Fonte: Terra]

Mãe é condenada por cyberbullying praticado por filho

A 6ª Câmara Cível manteve decisão do 1º grau da Juíza de Direito Taís Culau de Barros, da 1ª Vara Cível de Carazinho, no Rio Grande do Sul, de condenar a mãe de um menor de idade que criou página na internet com a finalidade de ofender colega de classe. Por conta da atitude do filho, ela terá de pagar indenização por danos morais no valor de R$ 5 mil, corrigidos monetariamente.

O autor da ação solicitou indenização alegando que suas fotos foram copiadas e alteradas, dando origem a um fotolog (espécie de diário fotográfico) criado em seu nome. Na página, foram postadas mensagens levianas e ofensivas, além de montagens fotográficas nas quais o autor aparece com chifres e com o rosto ligado ao um corpo de mulher.

Segundo o autor, os fatos foram muito prejudiciais, havendo necessidade de recorrer a auxílio psicológico. Por essas razões, sustentou que a mãe do criador da página deveria ser responsabilizada já que as mensagens partiram de seu computador.

"Os fatos são claros: em face da ausência de limites que acomete muitos jovens nos dias de hoje, vide os inúmeros casos de bullying e inclusive atrocidades cometidas por adolescentes que vem a público, o filho da ré, e quem sabe outros amigos, resolveram ofender, achincalhar, e quiçá, fazer com que o autor se sentisse bobo perante a comunidade de Carazinho", diz a sentença. [Fonte: Terra]

Casos de bullying em escolas preocupam pais e educadores

As mudanças de comportamento de *Renata, de 13 anos, vieram sutilmente. Considerada boa aluna, a adolescente começou a apresentar queda significativa no rendimento escolar. Depois disso, vieram as constantes tentativas de não ir às aulas, sempre alegando dores de cabeça, de barriga ou febres imaginárias.

Mas a mãe da menina só desconfiou que alguma coisa realmente ia mal na escola quando Renata teve uma crise de choro e pediu para sair do colégio. O motivo? A constante implicância de alguns colegas, que colocavam apelidos, faziam brincadeiras maldosas e até mesmo ameaçavam fisicamente a aluna, características conhecidas, hoje, como bullying.

"No início achei que o motivo das notas baixas era o namoradinho que ela arrumou aqui no condomínio", afirma *Marise, mãe de Renata, que pediu para que a verdadeira identidade de ambas não fosse revelada. "Mas quando ela começou a não querer frequentar as aulas, percebi que o problema era na escola. Cheguei a conversar com os professores, que disseram que não havia nada de errado com ela. Somente quando minha filha teve uma crise de choro e me contou o que estava acontecendo é que resolvi tirá-la do colégio e procurei um psicólogo. Infelizmente, a escola não estava preparada para ajudar minha filha".

Infelizmente, segundo especialistas, o que aconteceu com Renata é mais comum do que se imagina. O fenômeno conhecido como bullying, palavra inglesa utilizada para denominar ações de violência - física ou psicológica - de um indivíduo ou grupo de indivíduos e que tem como objetivo humilhar outra pessoa. De acordo com o psicólogo José Antonio Martins, a ocorrência de bullying nas escolas públicas e privadas sempre aconteceu, mas só vem ganhando notoriedade de alguns anos para cá, muito por conta de uma intensa campanha, principalmente através da mídia, alertando para os perigos de tais atitudes violentas.

"O bullying pode se manifestar de diversas maneiras, por isso é tão difícil detectar. Apelidos maldosos que ressaltam alguma imperfeição da vítima, exclusão do grupo, xingamentos, ameaças veladas e até mesmo agressões físicas são as principais características. Mas como separar um apelido jocoso de um comportamento que evidencie o bullying? Cabe à escola e à família trabalharem em conjunto para evitarem situações extremas", ressalta Martins.

Pesquisa realizada pela Organização Não Governamental Plan Brasil em 2010, com 5.168 alunos de todo o país revelou que quanto mais frequentes os atos repetitivos de maus tratos contra um determinado aluno, mais tempo dura essa violência. A constatação demonstra que a repetição das ações de bullying fortalece os agressores e reduz as possibilidades de defesa das vítimas. Este resultado indica ser essencial uma rápida identificação destas ações e imediata reação para conter este tipo de atitude.

Ainda segundo a pesquisa, o bullying é mais comum nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, e a incidência maior está entre adolescentes na faixa de 11 a 15 anos de idade, que frequentam a sexta série do ensino fundamental. Os agressores geralmente cometem os maus tratos para obter popularidade entre os colegas, para serem aceitos ou simplesmente se sentirem poderosos. No caso das vítimas, estas costumam apresentar algum traço característico marcante (obesidade, baixa estatura), algum tipo de necessidade especial ou o uso de roupas consideradas diferentes pela maioria dos colegas.

"Os jovens tímidos, com dificuldades para se expressar, são alvos em potencial. Os primeiros sinais apresentados geralmente são a queda no rendimento escolar e o medo de frequentar a escola", explica José Antonio. "O problema é que a maioria das escolas não está preparada para reconhecer essa prática, já que a linha que separa o bullying da brincadeira é muito subjetiva".

Para auxiliar pais e educadores a reconhecerem - e evitarem - o bullying, a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia) desenvolveu um Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, com diversos conselhos, entre eles o de estimular os estudantes a fazerem pesquisas sobre o tema, fazer com que os estudantes criem regras de disciplina que evitem a prática de bullying, além de interferir, quando necessário, em grupos de alunos que apresentem características de estarem cometendo maus tratos.

A pedagoga Aline Feijó faz questão de ressaltar que os estudantes que praticam o bullying também precisam de cuidados especiais, já que muitas vezes esse comportamento é fruto de problemas mais profundos, como desequilíbrio emocional e desajustes familiares. A cooperação da família, nestes casos, é fundamental para que agressores e vítimas não façam mais parte deste quadro de violência. [Fonte: Terra]

Estudo: escolas que sofrem com bullying têm menor rendimento

Escolas em que se observaram mais atitudes agressivas entre os alunos estão entre aquelas que apresentaram as avaliações mais baixas em Português e Matemática na Prova Brasil de 2007. A relação foi identificada pelo cruzamento de uma pesquisa com os resultados do teste que afere anualmente a evolução da qualidade do ensino básico. As informações são da Agência Senado.

O tema foi abordado pelo pesquisador José Batista de Albuquerque em audiência nesta quarta-feira na Comissão de Educação, Cultura e Esportes (CE). Da lista de comportamentos agressivos, constam o bullying e preconceitos.

O pesquisador disse, após a audiência, que os dados não permitem estabelecer uma relação de causa e efeito entre os dois problemas - ou seja, não é possível dizer que o preconceito é a causa determinante do baixo desempenho. No entanto, mesmo isolando outros elementos, ele disse ser ainda possível atribuir as variações dos resultados em provas a atitudes, crenças e valores dos atores do ambiente escolar. Da mesma forma, influem aspectos como a distância social e o conhecimento de situações de bullying em que professores e funcionários são vítimas.

"Essa pesquisa consegue apreender esse fenômeno, quantificando estatisticamente um desempenho negativo influenciado por esses elementos", disse. Ainda em fase de tratamento de resultados, a pesquisa envolveu consulta a mais de 15 mil estudantes do ensino básico em todo o país, além de professores, funcionários de escolas, diretores e pais envolvidos nos conselhos escolares. O objetivo foi levantar atitudes em relação a questões de gênero, raça e etnia, orientação sexual e deficiência física, entre outros temas. [Fonte: Terra]

Projeto prevê política contra bullying em escolas infantis

Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 7457/10, da deputada Sueli Vidigal (PDT-ES), que prevê a adoção de política antibullying por escolas de educação infantil, públicas ou privadas. O bullying é o ato de violência praticado com o objetivo de constranger ou humilhar a vítima. As informações são da Agência Câmara.

A política antibullying terá, de acordo com a proposta, objetivos como disseminar conhecimento sobre essa prática nos meios de comunicação e nas instituições de ensino e capacitar professores e equipes pedagógicas para o diagnóstico do problema.

O texto prevê também a orientação de vítimas e familiares com apoio técnico e psicológico para garantir a recuperação da autoestima de quem sofreu a violência.

Pela política traçada no projeto, deve-se evitar a punição dos agressores, em favor de mecanismos alternativos que permitam a eles aprender a ter um convívio respeitoso com outros estudantes. De acordo com a deputada, a proposta quer atuar no "combate e erradicação desse mal, que aflige epidemicamente as comunidades e conscientizar a sociedade desse grave e atual problema". Sueli Vidigal destaca que muitas crianças, vítimas desse mal, desenvolvem medo, pânico, depressão, distúrbios psicossomáticos e geralmente evitam retornar à escola.

O texto obriga as instituições de ensino infantil a manter histórico das ocorrências de bullying em suas dependências. Todos os casos e as medidas tomadas deverão ser enviados periodicamente à respectiva secretaria estadual de Educação.

Tramitação:

O projeto terá análise das comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; Educação e Cultura; Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania. [Fonte: Terra]

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