Lei e Cartilha Sobre Prevenção ao Suicídio Entre Crianças e Adolescentes

Pessoal, foi lançado o Guia Intersetorial de Prevenção do Comportamento Suicida em Crianças e Adolescentes. O material tem como objetivo orientar profissionais de diferentes áreas sobre a temática, desmistificar certos lugares-comuns, sensibilizar para a prevenção e reconhecimento de sinais. O guia é público, então podem compartilhar entre colegas e com quem vocês acharem ser de interesse.




Setembro amarelo: como abordar o tema na escola?

Falar sobre suicídio é um tabu em nossa sociedade. O conteúdo delicado e complexo da conversa faz prevalecer a ideia de que “é melhor não tocar no assunto”. A campanha Setembro Amarelo surgiu com o intuito de mudar esse cenário, isto é, de conscientizar a população acerca da importância de falar sobre o tema.
No Brasil, a faixa etária mais preocupante engloba jovens entre 15 e 25 anos, por isso sugere-se que a prevenção comece ainda na infância. Nesse sentido, a escola tem uma significativa parcela de responsabilidade nesse processo.
Mas como o suicídio pode ser abordado dentro da escola? Como os educadores e a comunidade escolar podem atuar para prevenir e lidar com uma questão tão séria? É o que vamos abordar neste artigo. Continue a leitura!

O que é o Setembro Amarelo?

A campanha Setembro Amarelo foi criada em 2014 por uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV) — uma ONG voltada à prevenção e apoio emocional em relação ao suicídio — em parceria com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria.
Trata-se de uma expansão das ações do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, 10 de setembro. Assim, durante o mês de setembro, as entidades envolvidas incentivam e colaboram para que a conscientização sobre o tema seja propagada por escolas, governos, ONGs e empresas.
Dentre as ações comuns durante a campanha estão a realização de palestras, debates e atividades voltadas para a prevenção, além da circulação de cartazes, outdoors e materiais de divulgação digital.

Por que falar sobre suicídio na escola?

Na idade escolar, a percepção do suicídio como forma de findar o sofrimento pode estar atrelada a outras adversidades enfrentadas pelo jovem, seja dentro, seja fora da escola. Questões como bullying e cyberbullyingdepressão, relações familiares conturbadas, entre outras, podem estar na raiz do problema.
Vale lembrar que o trabalho de prevenção ao suicídio, especialmente em escolas e no ambiente familiar, é contínuo. Afinal, as questões que podem levar um jovem a um ponto extremo não surgem de um dia para o outro.
Assim, é interessante que a escola seja um ambiente de formação voltado também à Educação Emocional. Dessa forma, o jovem pode aprender a redimensionar seus problemas, encarar as adversidades da vida e se abrir emocionalmente sem medo de ser julgado.

Como abordar o Setembro Amarelo na escola?

É importante que a abordagem do Setembro Amarelo na escola incentive a ausência de julgamentos. Os educadores podem criar situações que estimulem os estudantes a combater processos de estigma e discriminação relacionados ao assunto. Nesse sentido, cabe priorizar o diálogo e mostrar que a solução não está em ignorar os momentos difíceis.
Confira algumas ideias de como promover o Setembro Amarelo na escola:

Atividades

Aqui, a dica é incentivar a convívio amistoso e prazeroso entre alunos, professores, famílias e funcionários. Uma proposta bacana é realizar caminhadas ou passeios ciclísticos em parques da cidade, de modo a estimular a interação dos alunos entre si, promover a convivência da comunidade escolar em eventos que favorecem a qualidade de vida e o bem-estar.

Palestras

Uma boa maneira de tocar no assunto é por meio de palestras com profissionais da Psicologia ou pessoas que trabalham na prevenção do suicídio, como voluntários do próprio CVV ou de outra entidade atuante na região.
É pertinente que o palestrante exponha os fatores de risco e ensine os jovens a identificá-los, além de mostrar possíveis soluções, como: terapia, exercícios físicos, medicamentos apropriados (como em alguns casos de depressão), mudanças nos hábitos alimentares, entre outras.

Rodas de conversa e debates

Essas atividades podem dar maior oportunidade de diálogo para os jovens dizerem o que pensam sobre o tema, discutirem suas ideias e tirarem dúvidas. É interessante que eles sejam mediados por alguém experiente, pois esses momentos podem configurar boas chances de observação e identificação dos fatores de risco.
Nessas situações, é relevante criar um ambiente seguro, acolhedor e livre de julgamentos para que sentimentos como intimidação, indiferença e insegurança sejam temas abordados com tranquilidade e trabalhados de maneira produtiva. Uma ideia é utilizar exemplos da cultura pop como aliados para iniciar o debate, como a série 13 Reasons Why (Os 13 Porquês).

Cartazes

A fixação de cartazes pela escola também pode ser um bom ponto de partida para atrair a atenção dos jovens para o assunto. Uma sugestão é que os próprios alunos confeccionem esses materiais, como uma atividade extracurricular. Com esse incentivo dos educadores, eles vão poder pesquisar e debater o tema de forma criativa.
Vale destacar que o próprio CVV se coloca à disposição para realizar palestras, debates e rodas de conversa durante todo o ano, além de disponibilizar cartazes e cartilhas que podem ser baixados no site do Setembro Amarelo.

Como notar os fatores de risco nos alunos?

Conhecer os fatores de risco e desconstruir os mitos que envolvem o comportamento são medidas primordiais para a prevenção do suicídio. Quem precisa de ajuda pode dar alguns sinais, como:
  • abandonar amizades e atividades sociais;
  • perder interesse por atividades que antes traziam prazer;
  • não se importar com responsabilidades diárias, como os estudos;
  • demonstrar desequilíbrio emocional, como agitação, irritabilidade ou agressividade;
  • consumir álcool e outras drogas em excesso;
  • falar constantemente sobre a morte;
  • aparentar ter um plano de suicídio estruturado.
Também é pertinente prestar atenção à comunicação não verbal do jovem, como o olhar, a postura e os gestos.
Cabe ressaltar que não existe uma “receita” para detectar uma crise suicida nos estudantes da sua escola ou em alguém do seu convívio. No entanto, esses sinais de alerta, principalmente quando manifestados em conjunto, podem ser uma forte indicação de que a pessoa precisa de assistência.

Como ajudar

Ao perceber os fatores de risco, tente estabelecer uma relação de confiança, buscando ouvir a pessoa sem expressar julgamentos ou opiniões. Demonstre interesse em ajudar e permita que ela relate seus sentimentos. Em casos mais graves, é importante não deixar a pessoa sozinha, contatar seus familiares e amigos e encorajá-la a buscar ajuda profissional.
Abordar a questão do suicídio na escola é uma tarefa delicada, porém, de grande relevância. Campanhas como o Setembro Amarelo são boas oportunidades de iniciar ou intensificar os esforços da instituição em promover a conscientização de toda a comunidade escolar a respeito da seriedade do assunto e, claro, colaborar para prevenir o ato. [Fonte: Escola da Inteligencia]

Com projeto contra a xenofobia, professora de Joinville ganha Prêmio Educador Inovador

Na Escola de Educação Básica Dr. Jorge Lacerda, em Joinville (SC), o preconceito e o desconhecimento em torno do tema imigração foram ponto de partida para a professora de história Angela Maria Vieira desenvolver um projeto contra manifestações de racismo e xenofobia. Em parceria com o Museu Nacional de Imigração e Colonização de Joinville, os estudantes participaram de debates e saíram a campo para estudar a história da cidade e a cultura do Haiti. Com essa iniciativa, ela recebeu o Prêmio Educador Inovador, entregue pelo IBFE (Instituto Brasileiro de Formação de Educadores) em parceria com o Porvir.
O anúncio do grande destaque da terceira edição do Desafio Diário de Inovações aconteceu neste sábado (14), durante o 3º Congresso Brasileiro de Tendências e Inovação na Educação, realizado em Paulínia (SP). Além de receber uma premiação em dinheiro, no valor de R$ 3 mil, a professora de Joinville (SC) foi convidada a apresentar o seu projeto no palco principal do evento.
“A escola é, sim, um espaço para se discutir racismo, homofobia, machismo, apesar de muitas pessoas na atualidade dizerem que não. Imigrar não é crime. É um direito das pessoas buscarem uma vida melhor”, disse a professora ao receber o prêmio que celebra a inovação na educação “Nós, professores, temos que aproveitar as brechas que temos para nos sentirmos valorizados. Compartilhar nossas experiências é uma maneira de fazer isso”.
Outros dois educadores também tiveram suas práticas reconhecidas Prêmio Educador Inovador e receberam uma gratificação no valor de R$ 1 mil. A professora Suzane dos Santos Napolitano, do Centro Educacional Ferreira Carvalho, do Rio de Janeiro (RJ), conquistou o segundo lugar com um projeto que aproveitou técnicas de design de interiores para trabalhar geometria com estudantes do quinto ano do ensino fundamental.
Como terceiro colocado, foi premiado o professor José Souza dos Santos, da Escola Municipal Maria Dias Trindade, Paripiranga (BA), que desenvolveu um projeto de língua portuguesa para discutir a depressão e desenvolver ações de combate à doença entre os alunos e a comunidade.
Ao lado de outras 15 práticas educacionais transformadoras, os projetos desenvolvidos pelos professores estão disponíveis no ebook gratuito da terceira edição do Desafio Diário de Inovações (disponível para download ao final desta matéria). Com o objetivo de inspirar e apoiar novas experiências, a publicação apresenta etapas dos projetos, impacto para os estudantes e motivações dos educadores que desenvolveram cada uma das iniciativas. [Fonte: Porvir]

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