Comunicado do NEPRE da SED

NEPRE Central

Curtas
          
Para começar a semana...

Mudanças de comportamento

O que tem a ver com a escola?

Bem... Tudo, afinal, é o espaço onde a socialização se efetiva, atribuindo significados ao cotidiano dos estudantes. Gostando ou não de irem à escola, é nela que o caráter em desenvolvimento se consolida; padrões de comportamento são refinados, reafirmados, ou modificados; aprendizados formais e informais se atropelam constantemente. Tudo junto e misturado, o tempo todo – no banheiro, no pátio, na sala de aula, na secretaria, na biblioteca...

Tá! Então, o que isso importa para o meu trabalho como educador? Afinal, não fui preparado para lidar com esse tipo de coisa.

De fato... Há um longo caminho a trilhar. Mas, temos que começar de algum ponto. E cá entre nós: Se o educador não tiver o básico – que é bom senso – não há capacitação, formação, nem pós-graduação que ajude. Uma porção de certificados e títulos não podem substitui-lo.

Bom senso é uma ferramenta que vem acompanhada de três acessórios fundamentais ao trabalho educacional: interesse (pelo ser humano, pelo aluno, pelos colegas de trabalho); atenção (ao que está rolando ao seu redor); e iniciativa para estabelecer conversação (diálogo, troca de experiências, bate-papo, fala-escuta, etc.)

Uma equipe começa a funcionar pelo simples ato de conversar. Isso mesmo: “conversar”. Sem estrelismos e competições. Sem “discursos competentes”. Sem medo, ou vergonha, de expor ideias, impressões, e projetos; nem de lidar com situações desagradáveis. 

Mudanças de comportamento não necessariamente resultam em problemas, mas todo o problema foi previamente sinalizado por alguma mudança de comportamento individual e/ou coletivo; os quais só serão detectáveis pelo educador se tiver interesse, se estiver atento ao aluno, bem como, se souber utilizar o recurso da conversa com seus colegas de trabalho.

Por exemplo, um aluno que sempre se mostrou irrequieto, barulhento, e bagunceiro, repentinamente fica arredio, calado, esquivo. O educador interessado vai notar. Vai observá-lo, ao invés de dar graças a Deus pela mudança, e vai conversar com outros colegas para os quais aquele aluno fica exposto durante todo o período que passa dentro da escola.
Certo, são centenas de alunos a serem observados. Por isso mesmo, a tarefa não cabe a uma única pessoa, e sim a toda a equipe. A conversa entre os profissionais da escola é tão importante quanto a aula propriamente dita.

Quando a mudança de comportamento gera indícios de que algo não vai bem, é imprescindível criar, construir, um vínculo com o aluno para que ele possa procurar ajuda. Deixar a porta aberta, entende? Sem pressão, sem que ele tenha que se expor diretamente. Quando isso não é possível, esse mesmo canal deve ser estabelecido com a família. Quando isso também não é possível, pelo menos conhecer e acompanhar o círculo de amizades do aluno – avaliar em que relações ele tem se envolvido.

Deve-se observar, ainda, se o aluno parece ter uma atitude estranha, reflexos embotados, reações lentas, ou agitadas demais, atenção diminuída, sono excessivo, fala descontrolada (a famosa verborragia), etc.
Ansiedade, agressividade, introspecção, mudez-seletiva, alexitimia (a pessoa não consegue entender e/ou explicar os próprios sentimentos, reações corporais, e comportamentos). Esses aspectos podem ser sinais de que algo de errado está acontecendo na vida do educando. Na sua vida também, ou de seus colegas, porque mudanças de comportamento não são privilégio dos alunos; podem acometer os educadores, aliás, qualquer pessoa.

Problemas detectados por causa de mudanças de comportamento podem ser contornados se a situação é identificada no começo. Ao que denominamos: trabalho de prevenção. Mas quando já está grave, geralmente requer a intervenção de outros profissionais, com o conhecimento da família a cada passo dado pela escola.

Há que se considerar, também, o aluno que se comporta de maneira diferente, em diferentes ambientes. Na escola, ele é uma pessoa; em casa, ele é outra. E com os amigos, é uma terceira completamente diferente. Afinal, quem é ele de verdade? Esse tipo de mudança de comportamento, condicionada aos ambientes que frequenta – quando drástica - talvez, possa ser considerada a mais difícil de lidar; uma vez que o aluno usa uma máscara social dura de ser penetrada. Trata-se da personalidade que facilmente se encaixa no dito popular “dança conforme a música”, fazendo o educador acreditar que está obtendo êxito em formar um vínculo com ele, quando na verdade é ele quem está controlando a situação do começo ao fim.

Dica: Atividades físicas, artísticas, jogos competitivos, e os períodos de intervalo (recreio), são momentos em que a personalidade do aluno se revela mais, tornando mais fácil de serem observadas as mudanças de comportamento e os elementos que as provocam. 

Alguns sites para se informar e pesquisar (concorde, discorde, ou apenas se aprimore com a ajuda dos autores): 





Caso tenha dúvidas sobre o tema, ou queria socializar experiências neste espaço – casos, reflexões, etc, envie para: michelleaprende@sed.sc.gov.br
Uma boa semana!  
Michelle Domit 
Psicóloga; Consultora Educacional
GEREJ/+ Cultura-Educação/SED

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